Baixo Sul investe em produção sustentável
Experiências de reflorestamento sustentável no Baixo Sul baiano, a partir da implantação da leguminosa acácia mangium, têm permitido a recuperação de solos degradados e impróprios para a agricultura.
O cultivo da árvore, capaz de produzir madeira de excelente qualidade e de boa aceitação nos mercados nacional e internacional, sempre em consórcio com culturas alimentares, traz retorno econômico aos investidores e cria alternativas de renda para os agricultores familiares da Costa do Dendê. O rendimento pode chegar a R$ 200 mil, em oito anos, para cada hectare plantado, ou R$ 2,83 mil por mês.
Segundo o secretário estadual da Agricultura, Roberto Muniz, o plantio da acácia de forma planejada permite a perfeita intercalação de culturas agrícolas como o feijão, o milho, o arroz, a soja e o amendoim nos dois primeiros anos.
“A partir do terceiro ano de plantio, a exploração da pecuária dentro da floresta é perfeitamente praticável, podendo criar até 2,5 cabeças por hectare. A copa ampla e densa permite o sombreamento e seu emprego em cafezais”, explicou Muniz.
As folhas da árvore também são aproveitadas para a produção de forragem para alimentação dos animais, por serem muito palatáveis por bovinos, ovinos e caprinos e por possuírem 41% de proteína.
Com o propósito de apresentar o potencial da região e unir esforços para alcançar a meta esperada pelos municípios produtores, que é de ampliar a área plantada de acácia de 200 hectares para cinco mil hectares, em cinco anos, acontece nos próximos dias 15 e 16 (sábado e domingo) a 1ª Feira Agropecuária de Valença (ExpoValença).
A feira ganha força com a realização de dois simpósios estaduais sobre a produção da leguminosa e sobre o cultivo de açaí para a produção de polpa, além da exposição de maquinários e equipamentos agrícolas.
O evento será no espaço onde deve ser construído o primeiro parque de exposições da cidade, no distrito de Guerém, a 28 quilômetros de Valença.
A ExpoValença contará com a presença do governador Jaques Wagner e do secretário da Agricultura, além de prefeitos e autoridades locais, agentes financeiros, agricultores familiares, acadêmicos, pesquisadores e do público em geral.
A feira é uma realização da prefeitura de Valença e conta com o apoio do governo estadual, através da Secretaria da Agricultura e da sua vinculada, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).
A acácia mangium é uma árvore capaz de produzir madeira de excelente qualidade, cresce cinco metros ao ano ou 321,93 metros cúbicos por hectare em cinco anos e a partir de seus povoamentos é possível a exploração de tanino para indústrias de couro, de adesivo e o consórcio com culturas agrícolas, criação de gado, produção de cogumelos comestíveis – tudo ao mesmo tempo e sem prejuízo para as atividades.
Sua madeira é muito utilizada nas indústrias de base florestal para a fabricação de papel e celulose, móveis de excelente qualidade, portas, carvão, madeira-cimento, aglomerados, laminados, tábua de fibra de madeira e cimento.
A apicultura em povoamentos de acácia mangium é uma atividade altamente lucrativa, porque o néctar é produzido em nectários extraflorais existentes nas folhas e que produzem durante toda época do ano, constituindo excelente alimento para as abelhas.
Segundo o prefeito de Valença, Ramiro Queiroz, o cultivo da árvore já existe na região há 12 anos nos municípios de Camamu, Grapiúna, Ituberá e Valença e está sendo intensificado de forma sustentável em micro e pequenas propriedades.
A aplicabilidade e a viabilidade econômica da acácia mangium foram atestadas pela EBDA. “A região é extremamente favorável ao cultivo, sendo uma ótima alternativa de renda para os agricultores familiares.
fonte: SEAGRI-BA
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